quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Os Kisêdjê


Os Kisêdjê constituem o único grupo de língua Jê que habita o Parque Indígena do Xingú. Mas desde sua chegada na região (provavelmente na segunda metade do século XIX), seu contato com outros povos xinguanos e, principalmente, com aqueles da chamada área cultural do Alto Xingu, ocasionou a incorporação de muitos costumes e tecnologias alheias. Entretanto, jamais abriram mão de sua singularidade cultural, cujo principal emblema pode ser reconhecido num estilo particular de canto ritual, expressão máxima das individualidades e do modo de ser da sociedade Kisêdjê. Até algumas décadas atrás, outro marco diferencial do grupo eram os grandes discos labiais e auriculares que, mais do que ornamentos, apontavam a importância do cantar e do ouvir para esse povo.

Os Kisêdjê são também chamados de Suyá. A palavra Kisêdjê significa ouvir, compreender e saber e estas são as qualidades mais valorizadas por este grupo.

Valores da sociedade Kisêdjê

Os valores são ensinados pelos velhos, pelos avós e pelos pais desde criança. Ensinar a respeitar as pessoas, ter bom comportamento, caçar, pescar, saber dar valor à natureza e à vida humana. Saber tratar os convidados e as famílias mais próximas e distantes. Ensinar a fazer artesanato, respeitar cada animal e outros seres que existem na natureza. Ser generoso, honesto com os seres humanos. Seguir as regras dos mais velhos, das coisas que eles nos ensinam. Respeitar lugares e objetos que têm suas histórias contadas pelos mais velhos.

Existem lugares e objetos sagrados, principalmente o lugar e os objetos de reza do pajé, como o apito feito com o osso de ave, o cigarro e as ervas. Muitas pessoas respeitam e consideram os próprios pajés como pessoas sagradas. As montanhas e as lagoas que têm sua história contada pelos mais velhos, também são sagradas.

Conheça a história do caçador do povo Kisêdjê que foi capturado pelo monstro Kátpy na mata:




Fontes:
http://pibmirim.socioambiental.org/como-vivem/aprender
http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kisedje/1228

  • "O que mais me chamou atenção no Parque Indígena do Xingu foi a doçura das relações.
  • As pessoas daquele lugar são uma maravilha!
  • Fui para lá acompanhado de um assistente, que é francês,
  • e ele disse uma coisa engraçada e que caracteriza bem o clima de lá:

  • 'aqui a gente não viu nem cachorro brigar, não é Sebastião!'.

  • E foi assim mesmo, a gente não viu agressividade entre as pessoas,
  • o que é tão comum hoje em dia em vários lugares do planeta,
  • não é mesmo ? Mas lá não tinha."

  • (Sebastião Salgado; fotógrafo)
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