domingo, 8 de fevereiro de 2009




CURUMIM
Cresce assim no ritmo
da canção da terra
cheiro de alecrim







Há menos de quarenta anos achava-se que os
índios brasileiros iam acabar. Hoje a população indígena cresce mais que a média nacional.

No Brasil de hoje, todo dia é dia de índio. A população indígena, que chegou a apenas 100 000 pessoas algumas décadas atrás, voltou a crescer numa média de 3,5% ao ano, índice superior ao crescimento populacional do restante do país. Os números derrubaram algumas previsões de nomes conceituados, como o antropólogo Darcy Ribeiro, que nos anos 60 alertava para o declínio da curva demográfica desses povos. O último censo, feito há dois anos, aponta que existem 358 000 indivíduos de 215 etnias em 588 áreas indígenas identificadas, que representam quase 12% do território nacional. Dois terços desse total estão devidamente delimitados e regularizados. O grande crescimento das áreas indígenas no Brasil ocorreu a partir de 1988, quando, pela nova Constituição, o governo ficou obrigado a demarcar as áreas desses povos. Elas somavam 212 na época e chegaram a 391 em 2002, num aumento de quase 85% em menos de quinze anos. Outra evolução foi a parceria com organizações não-governamentais e com os próprios índios que se organizaram em associações para administrar as reservas.

Números:

Números:

12% do território nacional pertence a tribos indígenas.

358 000 índios de 215 etnias vivem em 588 reservas

A. Ribeiro


Nem todos os índios vivem bem. Enquanto a maioria dos povos da região amazônica tem o privilégio de habitar grandes áreas demarcadas, os guaranis de Mato Grosso do Sul estão confinados em espaços muito reduzidos. O problema se tornou um escândalo há alguns anos, quando índios guaranis caiovás começaram a cometer suicídio. Em vários pontos do país, o contato entre índios e civilização provoca embates em torno de invasão de territórios indígenas e mesmo abusos na exploração comercial de reservas florestais, como a venda de mogno pelos índios. Outra questão que vai render muita discussão é a sobreposição de terras indígenas e áreas de proteção ambiental. Regiões antes protegidas passaram a abrigar reservas dos índios. "Lugar que deve ser conservado não pode ter gente morando", destaca a coordenadora-geral de biodiversidade do ISA, Nurit Bensusan. "Vai ser preciso muito diálogo para resolver essa questão."

Ameaças a ser vencidas:

Nem todos os índios brasileiros conseguem ter uma qualidade de vida parecida com a dos que vivem nas reservas mais recentes da Amazônia. As estatísticas feitas por ONGs e órgãos do governo mostram que doze etnias ainda correm risco de sumir. Muitas enfrentam dificuldades, como reservas com áreas exíguas ou fragmentadas, a exemplo dos guaranis

Fonte: http://www.achetudoeregiao.com.br

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